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Estampa Imaginário - Orquestra Alada Trovão da Mata

Estampa imaginário - minha colaboração para a @orquestraalada
Centro Tradicional de Invenção Cultural - Seu Estrelo

Peço licença aos Encantados, ao Nada e ao Tudo, às Almas aladas que vivem em nosso Cerrado sob a vastidão do azul profundo do Céu, com seu reino de nuvens e astros, e sobre a imensidão da Terra onde cantam o Vento e os pássaros, onde a Noite, em seu silêncio e em seu frescor, sussurra vida, onde a harmonia da Mata ecoa seus sons.
Peço licença a tudo que existe naquilo que nossos olhos não podem ver, porque o invisível é uma daquelas entidades que nos agraciam com o seu sentir. Ela é profunda, intensa, desafiadora… mas, por incrível que pareça, a gente consegue compreendê-la mesmo que ela insista em se esconder. E aí pronto, ela nos enche daquele entendimento e daqueles sentimentos que palavras não conseguem definir...
E só peço licença, porque respeito demais nosso chão calejado de memórias e nosso céu de livres asas e tudo mais, visível ou invisível, que habita a vivacidade do que está ENTRE. Eles inspiram minh’alma, me deixam correr solta para sentir seus aromas e suas tessituras, me apresentam suas cores e ranhuras e, como se já não fosse tanta a nobreza com a qual me tratam, ainda me presenteiam com os muitos cantares que correm em meio à mata.
De toda essa maravilha, surgiu a Estampa Imaginário. Os pincéis que a criaram me foram dados pelo Cerrado e como forma de homenagear tudo que nele é sagrado, a estampa recebeu do Céu o azul e o branco das nuvens aladas; dos Rios, com a benção de Sinhá Laiá, a fluidez; da Mata, com a permissão do poderoso Calango Voador - filho do Sol e da Terra, os elementos naturais; do Vento, tão amigo de Mariasia, o frescor; e do cantar de Seu Estrelo, ela recebeu dois presentes: suas formas - que se transmutam diante dos olhos de quem a vê, e o batuque do samba pisado, que inunda seus tocadores com a energia mística da criação do espanto, do encantamento e da alegria.
Sou grata à Orquestra Alada Trovão da Mata por me apresentar os Encantados, por me mostrar o reino do invisível, por me alegrar com seu batuque tão genuíno e tão nosso, por me emocionar com seu amor e seu respeito pela cultura brasiliense e, ainda, por me permitir fazer parte do seu universo, criando, para sua Orquestra, uma estampa que representa sua identidade - a NOSSA IDENTIDADE CULTURAL. Foi uma honra e um desafio, mas, acima de tudo, foi um ENCANTAMENTO só! Sinto que também ganhei asas do Ar e, se a Terra assim me permitir, voarei ao lado de seu filho, o Calango Voador, em direção ao nascer do Sol.

Vídeo e Fotografia: @claraboiafilmes
Texto @alessandralima.redatora

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